Este é um espaço para troca de idéias sobre notícias na mídia (ou fora dela) e impressões pessoais. Sem pretensões.

10.3.09

Fênix

Depois de três anos de pura ralação profissional e nenhum tempo de sobra para escrever textos não-profissionais, cá estou de volta para tentar reativar este espaço, incentivada por meu irmão e minha cunhada, ambos não-jornalistas que se mostraram excelentes comentaristas e escritores em seus recém-desenvolvidos blogs O rei do pitaco e Beijo de Pracinha, respectivamente).

E para inaugurar nada melhor do que uma crítica: Citibank Hall nunca mais!

É inacreditável que uma casa de espetáculos como essa, com capacidade para 8 mil pessoas, ofereça esse tipo de serviço e infraestrutura (parênteses: meu blog já renasceu das cinzas sob o reinado do Novo Acordo Ortográfico, portanto, não estranhem: infraestrutura agora é junto mesmo!).

Minha saga para ver o Simply Red começou, especificamente, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo o boca-a-boca, por conta de um acidente ocorrido com um caminhão na Linha Amarela. Enfim, lá fui eu: ponto morto, primeira, ponto morto, primeira... até a Barra! E, por mais incrível que pareça, tinha engarrafamento até dentro do estacionamento do Via Parque. Depois de levar duas horas e meia para ir do Centro do Rio até a Barra, e enfrentar o engarrafamento e a falta de vagas do estacionamento de uma casa de espetáculos em que deveriam caber 8 mil pessoas, me deparo com a desorganização.

Primeiro, como todos os presentes, me dirijo à bilheteria dentro do Shopping. Fila. Espera. Resposta: “Primeiro você tem que trocar seu ingresso (comprei pela internet) na bilheteria montada em uma rampa lá fora, no estacionamento. Pega a saída B, ao lado do Pronto Frio, e vire à direita.” Ok. Lá vou eu. Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Resposta: “Não, aqui é a entrada para a pista. Para trocar você tem que ir na outra rampa.” Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Diálogo:
- Quantos ingressos você comprou?
- Um.
- Está em seu nome?
- Sim.
- Um momento que vou procurar no sistema.
Momento passando....
- Qual o bairro que você mora?
- Itaipu, em Niterói.
- Um momento.
Momento passando...
- Achei. Me confirma seu endereço por favor.
- Rua X, nº X.
- Certo. Agora preenche aqui e assina, por favor.
Momento passando....
- Ok. Bom show.
- Obrigada (pensando: mesmo vocês me fazendo perder quase metade dele, espero mesmo que seja um bom show...) Mas por onde eu entro?
- Pela rampa à sua esquerda.

Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Finalmente entrei! Só um detalhe: o show estava marcado para às 21h30 e eu consegui saltar todas as barreiras e entrar às 22h30.

Todas as entradas para o salão estão cheias. Lotadas. Calor. Ar-condicionado não dá vazão. Empurra daqui, desvia dali, chego a um ponto razoável onde consigo me manter em pé (sem flutuar entre os corpos espremidos), ver um ponto pulando pelo palco (deve ser o Mick Hucknall!!!!) e ouvir a música. É, o show já tinha começado há 20 minutos (nessas horas dou graças a Deus de no Brasil tudo e todos se atrasarem, senão tinha perdido o show inteiro). Perdi duas das minhas amigas. Meu celular tá sem sinal. O da minha amiga funciona, mas ela não consegue ouvir nada, claro. Mensagens pra cá, mensagens para lá, olha daqui, procura ali. Nada. Bom, vamos curtir o show assim mesmo, as duas que restaram – suando em bicas por causa do calor, como todos ali presentes. Mike canta Stars. Legal, tô começando a relaxar. Money’s Too Tight (To Mention). Muito bom, acho que já estou até curtindo... O quê? Já acabou? É, não é pegadinha, acabou mesmo: 1h20 de show (incluindo os dois “bis”).




Saio. Marco encontro com as amigas perdidas. Vamos beber uma água? Estou morrendo de sede...Fila. Então vamos ao banheiro? Fila. É, deixa pra lá, a gente vai lá fora, no shopping. Anda, anda, tira foto.... Ali, um quiosque aberto para comprarmos água. Fila. Deixa, a gente compra pelo caminho. Vamos pagar o estacionamento. Fila quilométrica. Fica aí enquanto vou ao banheiro. Volto. Ainda resta metade da fila. Pagamos. Então tchau, vou para casa mesmo, tô cansada. Ando, ando, achei o carro! Engarrafamento. Estacionamento parado, sem saída. Espera, espera. E a sede matando. Até que dou uma de Um Dia de Fúria, desobedeço ao segurança que está (des)organizando a saída, entro pela contramão, corto todo mundo e saio! Ufa!

Agora começa outro tipo de tensão. O relógio marca 1h! Vou sozinha, de carro, para Niterói. Ayrton Senna, Avenida das Américas, Lagoa, Túnel Rebouças, Ponte... Agora o trânsito está ótimo. 140km/h. Duas horas da manhã estou em casa, sã e salva.

Money is too tight to mention!

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Excelente seu comentário Taís, realmente é uma verdadeira guerra querer assistir qualquer show aqui no Brasil. Me fez lembrar o do Elton John, que estava marcado para abrir a bilheteria às 17:30 e só abriu às 18:30, fazendo as pessoas esperarem espremidas para formar uma fila, ao sol, no meio da rua, enquanto o Sambódromo inteiro, à sombra, estava vazio.

11 março, 2009 07:54

 
Blogger Roberta Magacho said...

Olha, que maratona! Me diz uma coisa? Você ainda teve que pagar pra sofrer assim ou foi de graça?? :-)
Beijos!

11 março, 2009 09:01

 
Blogger Taís Facina said...

Paguei e não foi nada barato!!! Mais um motivo para eles oferecem um serviço e uma infraestrutura melhores.

11 março, 2009 10:48

 
Anonymous Anônimo said...

Uma atualizacao, por favor... Esse Citihall é o mesmo que um dia foi Claro Hall e Metropolitan? Se for, é realmente uma porcaria faz tempo. Será isso monopólio? Falta de casa de show? Tem tanto lugar bacana no Rio pra fazer show, que eu sinceramente não entendo porque as atrações internacionais se vêem atraídas por essa casinha...

11 março, 2009 14:58

 
Anonymous Anônimo said...

Por isso que eu não me animo de ir a shows... pagar caro pra ir a programa de índio não é comigo!!! rs

11 março, 2009 18:18

 

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