Este é um espaço para troca de idéias sobre notícias na mídia (ou fora dela) e impressões pessoais. Sem pretensões.

17.3.09

Reforma Ortográfica - parte 1




Só tomando um (ou alguns) chopes mesmo para lidar com isso. Lá no INCA, por exemplo, resolvi adotar o Novo Acordo Ortográfico nas publicações desde já. Com isso, enfrentamos algumas situações: 1) os autores dos livros ainda nem sonham em adotá-lo. Resultado: nós, editores e revisores, temos que fazer toda a alteração dos livros e artigos de revistas; 2) médicos, de modo geral, possuem uma maneira muito peculiar de escrever, muitas vezes traduzindo palavras de artigos e livros em inglês e adotando da maneira que acham mais adequada, sem se darem ao trabalho de consultar pelo menos um dicionário, que dirá uma gramática. Isso fica muito evidente no uso dos hífens, por exemplo. Para citar um: imunoistoquímica. Embora a palavra esteja dicionarizada dessa forma, não há meio deles deixarem de escrever imuno-histoquímica e teimarem que assim é usado por toda a comunidade científica. E até que eles têm certa razão, já que imuno-hematologia é separado, qual o motivo para imunoistoquímica ser junto? Nenhum, apenas porque já está dicionarizado assim. Mas, por sorte deles, pelas novas regras, fica assim mesmo "imuno-histoquímica", já que sempre se usa hífen diante de palavra iniciada com a letra "h". Nesse caso, a regra do hífen realmente melhorou alguma coisa.

Mas o difícil vai ser convencê-los de que "microorganismo" agora é "micro-organismo"; "diarréia" não tem mais acento, se tornando "diarreia"; e "ultra-sonografia" agora é "ultrassonografia"!!!!

Outra coisa engraçada, para não dizer enlouquecedora, é que como também faço revisões de livros para diversas editoras, e umas já adotaram o novo acordo e outras não, ora reviso segundo as velhas regras, ora segundo as novas! É para surtar!

Mas depois falarei algumas outras coisas sobre o novo acordo. Aguardem!

Indicação de leitura

Além de oferecer momentos divertidos, este livro retrata toda uma época da música brasileira. São entrevistas com os mais importantes nomes da música (Caetano Veloso, Roberto Carlos, Raul Seixas, Chico Buarque, entre outros), feitas de maneira totalmente informal e irreverente, sem cortes ou edição, pela equipe do extinto jornal O Pasquim. Sem falar que não tem nem um errinho de português (eu garanto, foi revisado por mim! rsrs).



No link abaixo tem um trecho para dar o gostinho:

http://www.editoradesiderata.com.br/osomdopasquim/capitulo.pdf

Recomendo!

10.3.09

Fênix

Depois de três anos de pura ralação profissional e nenhum tempo de sobra para escrever textos não-profissionais, cá estou de volta para tentar reativar este espaço, incentivada por meu irmão e minha cunhada, ambos não-jornalistas que se mostraram excelentes comentaristas e escritores em seus recém-desenvolvidos blogs O rei do pitaco e Beijo de Pracinha, respectivamente).

E para inaugurar nada melhor do que uma crítica: Citibank Hall nunca mais!

É inacreditável que uma casa de espetáculos como essa, com capacidade para 8 mil pessoas, ofereça esse tipo de serviço e infraestrutura (parênteses: meu blog já renasceu das cinzas sob o reinado do Novo Acordo Ortográfico, portanto, não estranhem: infraestrutura agora é junto mesmo!).

Minha saga para ver o Simply Red começou, especificamente, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo o boca-a-boca, por conta de um acidente ocorrido com um caminhão na Linha Amarela. Enfim, lá fui eu: ponto morto, primeira, ponto morto, primeira... até a Barra! E, por mais incrível que pareça, tinha engarrafamento até dentro do estacionamento do Via Parque. Depois de levar duas horas e meia para ir do Centro do Rio até a Barra, e enfrentar o engarrafamento e a falta de vagas do estacionamento de uma casa de espetáculos em que deveriam caber 8 mil pessoas, me deparo com a desorganização.

Primeiro, como todos os presentes, me dirijo à bilheteria dentro do Shopping. Fila. Espera. Resposta: “Primeiro você tem que trocar seu ingresso (comprei pela internet) na bilheteria montada em uma rampa lá fora, no estacionamento. Pega a saída B, ao lado do Pronto Frio, e vire à direita.” Ok. Lá vou eu. Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Resposta: “Não, aqui é a entrada para a pista. Para trocar você tem que ir na outra rampa.” Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Diálogo:
- Quantos ingressos você comprou?
- Um.
- Está em seu nome?
- Sim.
- Um momento que vou procurar no sistema.
Momento passando....
- Qual o bairro que você mora?
- Itaipu, em Niterói.
- Um momento.
Momento passando...
- Achei. Me confirma seu endereço por favor.
- Rua X, nº X.
- Certo. Agora preenche aqui e assina, por favor.
Momento passando....
- Ok. Bom show.
- Obrigada (pensando: mesmo vocês me fazendo perder quase metade dele, espero mesmo que seja um bom show...) Mas por onde eu entro?
- Pela rampa à sua esquerda.

Calor. Andança pelo estacionamento. Fila. Espera. Finalmente entrei! Só um detalhe: o show estava marcado para às 21h30 e eu consegui saltar todas as barreiras e entrar às 22h30.

Todas as entradas para o salão estão cheias. Lotadas. Calor. Ar-condicionado não dá vazão. Empurra daqui, desvia dali, chego a um ponto razoável onde consigo me manter em pé (sem flutuar entre os corpos espremidos), ver um ponto pulando pelo palco (deve ser o Mick Hucknall!!!!) e ouvir a música. É, o show já tinha começado há 20 minutos (nessas horas dou graças a Deus de no Brasil tudo e todos se atrasarem, senão tinha perdido o show inteiro). Perdi duas das minhas amigas. Meu celular tá sem sinal. O da minha amiga funciona, mas ela não consegue ouvir nada, claro. Mensagens pra cá, mensagens para lá, olha daqui, procura ali. Nada. Bom, vamos curtir o show assim mesmo, as duas que restaram – suando em bicas por causa do calor, como todos ali presentes. Mike canta Stars. Legal, tô começando a relaxar. Money’s Too Tight (To Mention). Muito bom, acho que já estou até curtindo... O quê? Já acabou? É, não é pegadinha, acabou mesmo: 1h20 de show (incluindo os dois “bis”).




Saio. Marco encontro com as amigas perdidas. Vamos beber uma água? Estou morrendo de sede...Fila. Então vamos ao banheiro? Fila. É, deixa pra lá, a gente vai lá fora, no shopping. Anda, anda, tira foto.... Ali, um quiosque aberto para comprarmos água. Fila. Deixa, a gente compra pelo caminho. Vamos pagar o estacionamento. Fila quilométrica. Fica aí enquanto vou ao banheiro. Volto. Ainda resta metade da fila. Pagamos. Então tchau, vou para casa mesmo, tô cansada. Ando, ando, achei o carro! Engarrafamento. Estacionamento parado, sem saída. Espera, espera. E a sede matando. Até que dou uma de Um Dia de Fúria, desobedeço ao segurança que está (des)organizando a saída, entro pela contramão, corto todo mundo e saio! Ufa!

Agora começa outro tipo de tensão. O relógio marca 1h! Vou sozinha, de carro, para Niterói. Ayrton Senna, Avenida das Américas, Lagoa, Túnel Rebouças, Ponte... Agora o trânsito está ótimo. 140km/h. Duas horas da manhã estou em casa, sã e salva.

Money is too tight to mention!